quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cascais 21


a Solange
 
 
os poemas nascem como a pele doce das ameixas
o sabor forte das tâmaras, como o deserto
oiço a minha solidão entre folhas de alface
férteis saladas do meu sonho
de Itabira a Cascais é o instante
de um dia límpido e exemplar
 
junto as sementes de linhaça, chia e sesamo
com anona ao café da manhã
saberei o que me espera em Itabira
serei mineiro nesta energia leve
de Cascais
 
a aventura é saber partir logo se chega
ao poema da terra, esse pó divino
que o teu colo lembra
por muito vinho amado
 
José Gil

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Cascais 20


 

(imagem da cidadela de cascais, retirada daqui)

 
a Solange
 
 
Pássaro de fogo para o teu sol de madrugada
No calçadão o dia nasce na cidadela de Cascais
O mar encabelado salta a muralha com força
Encapelado o oceano no teu colo, ave em caracol
Esperando os dedos no céu espelho azul da face
Perco-me a olhar as ondas bravias nos teus seios
Surfa para mim um impulso romântico para rodar
A porta e outra porta e outra porta vegetal como
A soja sobre o prato tropical da fruta com sol magro
 
Avança do outro lado do planeta sem máscara
Pássaro dos meus sonhos em redemoinho de águas
 
Amo os teus lugares e este espaço entre os olhos  

 
José Gil