quarta-feira, 30 de março de 2016

Sei seio claro na avenida

(à minha esposa linda e jovem dez anos depois, Solange)


num lago de uma lágrima contínua de saudade e solidão com asas pesadas
qual pelicano em Punta Dell Cana e um bico em direcção ao norte das costas
em costelas dolorosas de nervoso branco de outono, amo-te há dez anos no
circulo mais apertado das ruas só procuro como chegar ao outro lado do 
oceano se o celular mudou - quero a tua voz de amor em cada número trocado
no macio bico das aves de Valparaiso, que rua descer ou subir para descobrir
como são claras as viagens  em todos os continentes, onde iremos depois da
doença a que cidade, floresta ou lago de enamoramento

José Gil

Poema de amor 1001

(à minha esposa linda dez anos de enamoramento e poesia)

caí a pedra no lugar da lágrima do amor, chove muito lá fora,
e sinto a lâmina do frio do silêncio   por amor vou construindo
a muralha do oceano que nos divide é um lençol em fino linho
cor de pele muito aprimorado como o Castelo de S. Jorge a
olhar o Tejo

tudo brilha azul em cada questão do enamoramento, não há sol
nesta manhã quebrada sobre o Parque verde Eduardo VII e o
sofrimento dos amantes no inicio do outono com os ossos frios
a cegueira da memória das cerejas e das ginjas no celular avariado

José Gil

segunda-feira, 28 de março de 2016

doces sagrados

(à minha esposa linda, dez anos festivos, Solange)

doces sagrados na essência da insónia procuro o sossego
nas tuas pernas de voo como um castelo de neve europeia
de casa de  sono na Eslováquia onde começou agora a estrela
procuro-te na raiz mais funda de  onde se vê o umbigo

será no teu peito a lua redonda e única a torcer o cachecol
bem vermelho como o teu cabelo louco, baixo os braços e as
mãos na flor da primavera o brilho de ser cavaleiro entre os
caminhos do oceano  


José Gil

sábado, 26 de março de 2016

Prometes amar-me sempre

(à minha esposa linda nestes dias aqui e lá de chuva, Solange)


eu escrevo-te a quarta libertação à tardinha de sábado poema sem telefone,
uma fantasia do primeiro dia do tempo e do mar vegetal como o teu corpo no
teu umbigo de algas, meio aberto ao licor do Porto, dança amor, liberta a brisa
da saia rodada nos corredores dos jardins da casa onde chove como aí, é bom
sentir este assentar de pó esta água do céu leve na face dos lábios amor   sempre
primeiro que em tudo aberto   tão cedo o que é vivo encarna por dentro quando
muda a hora intacta da memória, menos uma hora intacta da carne rosa   vivo
vencido pela paixão fico em casa e escrevo   como é estranho na sensibilidade
da pele às paredes brancas da casa pintada para ti para o enamoramento
cristalino dos mamilos no chão desta mesa grande onde te escrevo para que
cercada pelo computador sejas minha, este é o canto do amor   prometes em
Agosto na mudança diária dos lençóis de linho cor de pele antes do sol de verão
quero os seios puros e concretos na palpação das mãos da manhã, só o teu céu
saúda os cabelinhos e num gesto fino ficas sem dedos são os tendões da acção

José Gil

uma semana só para te amar toda

(a meu amor ao sábado, Solange)


então quando é que vens cá? Perguntam os Anjos e os amigos
e os irmãos e a mão, faltas-me

vir não é o mesmo que estar nua na praia e nos palácios de Sintra
Deus também morreu nu na cruz como um homem que tem 
dificuldade em se exprimir no computador, na poesia à distancia,

decididamente não me percebo e irei comprar
rosas vermelhas no aeroporto para te oferecer logo

José Gil

cinza feminina e cabelo vermelho

a meio da eterna manhã de ontem respirei e telefonei-te funda
respiração de quem corre o afecto por amor a uma tinta de
cabelo l'oreal vermelha. As novas que trago ficam nas asas dos
flancozinhos das ancas largas, valeu-me a moça nossa conhecida
de Itabira a trabalhar em Lisboa aqui entre os dedos e os cabelos
e que conhece bem as noites da nossa terra - sou um homem solitário
e com medo, eu não bebo por causa do pânico nocturno

José Gil

sexta-feira, 25 de março de 2016

poema do inglês

(a meu amor e esposa nesta manhã de sol em casa, Solange)

um dia soubemos onde era Londres, 1973, da alegria e sensibilidade dos sonetos de Shakespeare
podemos mergulhar das saudades do rio Tamisa, dos autocarros de dois andares vermelhos
do chá de todos os poetas e poemas - ficarão os seios nas minhas mãos verdes com as maçãs
e os frutos vermelhos nas torradas do café da manhã em plena City, tinha 17 anos e seguia
os passos de meu pai Amílcar  descobrindo a podridão  das negociatas e o direito a honra
na Europa 

viagens da minha esperança em conhecer a juventude de novos povos, os pubs o suco de
tomate vermelho e molho de pie para converter o umbigo em fogo, corri os múltiplos jardins
verdes e o corner em Hyde Park onde tudo se discutia e conheci o MPLA, a FRELIMO, o PAIGC
o seu discurso proibido em Portugal colonial mas bem recebido nesse ano na ONU, a defesa
dos direitos humanos, a anunciada libertação e independência

cruzo contigo as pernas na casa da Damaia Aguas Livres onde planeamos a escrita

José Gil

Chove

Chove amor aqui no centro do largo dezoito horas
de saudade de mel e pinhões sob os mamilos inquietos
como é gostosa a casa quando chove e as horas passam
tristes e doces saudades de esperança que agosto seja já
posso ler um romance e avançar da tardinha com o chá de
cidreira tantos livros e autores novos por descobrir em toda
a terra, terra ajardinada do teu corpo de égua jovem, os meses
vão passar rápidos com Deus nos seus princípios e Lisboa é
a catedral do tempo, da palavra de mel no teu pescoço, procuro
o seio e a noite cai mais cedo, chove a verdade que arrepia a trovoada
há raios no ar, amor

José Gil

Litoral limite da língua

a praia da Nazaré espera-nos nas ondas da crista do teu cabelo vermelho
no litoral limite da língua em todo o lençol de linho branco cor da alma
cruzamos as pernas nas pernas enquanto dormes na primavera

a praia espera-te em Agosto do próximo ano como um pássaro do sul
da planta da alegria da música rap que a minha negrinha vai aprender
aqui no largo da estação das Águas Livres, nova freguesia de todas as
culturas, lugar de refúgio cruzamento com trabalho madrugador das
limpezas do coração, das obras poucas que sobrevivem.

José Gil

terça-feira, 22 de março de 2016

Na crista da onda

(à minha esposa querida, amor eterno sem longe nem distância, Solange)



imagino no futuro Agosto a crista da onda sem outono interior e bravo
simulo em casa pela janela do sol um prateado azul   o teu corpo para
mergulhar na minha terra o lugar da serenidade 

na crista da onda vejo colares de flores ao longo da prancha de Surf
onde descansas a tranquilidade do nosso namoro de dez anos

o mar é esperança amor de corpo a corpo no luar da praia curta
percorro-te as pernas e os rituais da oração são imortais


José Gil

Quarta libertação

(à minha esposa linda e eterna, Solange)

quartaquarto meu amor a libertação do desejo
enquanto os Deuses voam por fora das nuvens
no lugar do arbítrio levanto-te o vestido negro
e fico no altar dos seios claros a branco e rosa
o cabelo curto

no litoral limite das ancas em Santiago no Chile
já faz quase um ano de sonho, La Chascona, Casa
Museu da Fundação Poeta Pablo Neruda

Isla Negra, La Sebastiana, somos bemvindos com
um beijo no Bar do Capitão. o comedor a Passagem
Secreta a caminho do dormitório, onde dormimos

Por aqui ficaríamos um mês

sábado, 19 de março de 2016

casa, casa, casa

(flores eróticas e cactos e figos  do Chile)
 
(a minha esposa linda e quase chilena como Pablo Neruda, poeta do amor, Solange)
 
 “Não estejas longe de mim um dia que seja, porque,
porque, não sei dizê-lo, é longo o dia”

 
Pablo Neruda



vejo chegar a fruta exótica do outono, como muito melão contigo no colo
é a época do melão verde de casca dura e fina ou o  amarelo de casca mais suave
como-o fresco e espero o lugar em que se lê um livro a sesta, um dos grandes
romances do Chile. E que poetas frutificam em Santiago? Procuro nomes
gostaria de estar já com alguns livros recolhidos, estamos tão longe e tão perto
 
amo-te na poesia da humanidade em Damaia poemas de areia e mar, os poemas
da casa da tarde e da noite como aguarelas e esta noite a festa das luzes na rua
no largo onde moro na madrugada, trazem-me figos de cacto madurinhos para varrer
os picos e comer de mão, beijo-te com flores eróticas palavras passadas sempre
 
José Gil

quarta-feira, 16 de março de 2016

Quebra-se o tempo

(ao meu amor eterno este jardim mineiro, Solange)

quebra-se o tempo nos teus recantos em que tu entras
sozinha em ti na rosácea do telefone de cristal, um arroz
de feijão para dormir toda a flor e vagem da tarde quente
o corpo dobra-se num tempo único ao pleno sol absoluto
como um Deus nesta entrada do Outono, Outubro a dentro
castanhas que regressam para acompanhar a carne assada,
entre-campos, campo grande nova caminhada para salvar
as pernas e deitar-me contigo pretinha na relva fresca
do jardim antigo onde os estudantes celebram suas praxes
sem paredes, sem portas nem janelas para derrubar, procuro-te
de capa preta, académica

José Gil
1 de Outubro 2015
7h

terça-feira, 15 de março de 2016

Rosa

(à minha esposa linda 10 anos em 2016, Serpa, Solange, ponto de descoberta)

Oh! Marca de rosa que há no jardim do teu punho erguido
dedos à volta da flor do teu umbigo, cidreira para a serenidade
azul azul claro do teu céu e mar das tuas ondas e cabelos molhados
sai pretinha, pretinha grande a sair da água o dia inventou hoje
a saudade, vejo-te amor punho vegetal para limpar a alma do dia
da fraternidade, bonitos os teus pelicanos na base dos seios rosa
à passagem dos dias e das noites no princípio da primavera aí
estilhaçada na distância do oceano em rosas 

espero por Julho a flor dos dedos reais no corredor de passagem


José Gil

segunda-feira, 14 de março de 2016

Teatro noctívago

(à minha esposa linda e jovem sempre, Solange)


há uma sagração dos palcos pelo luar do teu corpo à noite
efeito refrescante da primavera que começa na tua terra
branca, o teatro tem hora e função no brilho dos grandes
actores do mundo a democracia natural a poesia natural
passo pelos teus seios e fico noctívago o idealismo
natural com os oceanos ao centro do umbigo beijado
na cercania dos jardins, arbustos de palavras verdes

José Gil

domingo, 13 de março de 2016

beijo a flor da cidreira na sua vagem

(a meu amor lindo hoje feliz, para estarmos juntos, Solange)

beijo a flor da cidreira na sua vagem, procuro as sombras do teu corpo
o luar dos seios do desejo os mamilos de chá de cristal de luar de
primavera que hoje começou

atravesso as frases com um limite de respiração dizer o poema escrito
electronicamente aqui  nas águas livres neste final de setembro, vou
até ao seu centro um poema sombra por uma pequena ervilha numa
vagem verde verde

José Gil

quinta-feira, 10 de março de 2016

Por aqui

meu amor escrevo-te, Solange

podia partir o cristal por aqui a pedra mais dura
no alcatrão do caminho para casa para te ouvir
do outro lado do oceano entre as ondas de fogo e
os animais marinhos - onde estás amor? animal
marinho minha princesa de cristal qual castelo
de saudade

José Gil

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sinto que te desejo

(à minha esposa linda Solange)

sinto que te desejo só de ouvir a tua voz
no telefone de um lado ao outro da folha
no cristal dos olhos nos olhos, sinto voz clara
sobre as ondas do meu pensamento ao espelho
com as cerejas perdidas nos teus mamilos

sinto os dias claros logo às sete horas para
escrever na minha casa para o cristal do teu sonho


José Gil

Solange 1000

(à minha namorada)

escrevo-te nas mãos as flores, todo o corpo,
bem no fundo do silêncio do oceano de sol
perto o outono e a primavera aquecem as 
letras num circulo de luz e carma

procuro os dedos um a um nos cabelos fartos
com saudades de cristal em todo o significado
do alto da grande alegria de te beijar por um todo

sábado à tarde fim de verão para te receber
nas águas livres a tua casa


José Gil

terça-feira, 8 de março de 2016

Lusco-Fusco

“Rien n’est beau que le vrai, le vrai seul est aimable”
Boileau

Duelo epistolar ao lusco – fusco
À flor do esquecimento do ser
No limbo do fim da história
Em glória e esplendor nos
Decassílabos justos para a
Construção do pequeno
Templo. Só a loucura
É desprovida da palavra
Do ser esquecido nas vozes
Do deserto, no medo divino da
Fuga diária do planalto do poema
Quem quer ficar vazio sem o lusco
Fusco na sua tenaz marca poética da
Trópologica até que uma nova palavra
Entre nas ideias claras para o diamante da voz
Na sordidez do matagal da pedra azul para estilhaçar
A cortina da habitação do dia a dia. a manhã virá logo

José Gil

segunda-feira, 7 de março de 2016

Surdir

(à minha rainha linda do meu castelo, negrinha Solange linda)


do seio das águas do oceano longínquo
começam a surdir como na tua aparição
dos reis e rainhas no teatro clássico similar
qual romeu e julieta do século XXI, amor

estás sozinha em Punta Del Mar   pelicanos em todo
o teu corpo prova básica de vida e mar. pedras, rochedos 
tragédia optimista, gritaram e socorreram todos os amigos
com que força amor a tua súplica chegou até aqui
sentiste com garras os rochedos e os próximos

amo à distância escrevo a situação difícil nove meses depois
para dizer jasmins com seu mato cerrado
a sua taça de tâmaras no deserto desta solidão
clareia de uma floresta de carvalhos onde grandes
aves negras esvoaçam no cinza mar imenso
de Itabira a Águas Livres

José Gil

Terceira Libertação

"Uma Planta exótica de há cem anos "
CABALA
(à minha mulher Solange da minha vida paixão a escaldar neste verão)
(ao poeta Constantino Alves com saudade)

espero-te   com esperança com uma salada natural de pêssegos na Colina
desta noite junto à lua de mel, só fruta e sumo de laranja qb do teu corpo
já a ferver no lugar da mesa redonda, é o mar longe da casa de onde não saio
isto assim é mais cabalístico azul azul, moça a janela sob o oceano em cada
janela do Bairro   como uma abelha quer as flores todas


José Gil

Protocolos de Sião 4

(a Almeida Garrett, inspirador dos grandes dramaturgos portugueses)

(à minha namorada o amor renovado em cada poema, Solange)

Maldição sobre mim, Europa
Oh céus! Oh Infernos!
Oh Fúrias! inabalável liberdade
igualdade fraternidade

os refugiados avançam em grande passo veloz, assertivo
nas suas rotas como o meu amor fígados de tigre através
do oceano de Itabira a Aguas Livres nova freguesia da Amadora
país ausente para a minha flor exótica, sonho nocturno refloresce
nas suas pétalas, há alvos que derrubam novos muros na Europa 
irrompem os Sírios pelos campos de cultivo

José Gil

sexta-feira, 4 de março de 2016

O protocolo de Sião 3

(aos que atravessam a Europa em fuga da guerra e da fome, pela vida)
(à minha princesa, Solange, meu amor)


distribuiremos o pão e a casa e o trabalho por toda a europa como
o número dos teus dedos e as festas que me fazes de noite em todo
o corpo, amo-te como a luta dos escravos destas ditaduras no mundo
pela paz, pelo direito à liberdade, pelo dever da igualdade, é aqui que
queremos morrer dizem em coro todos os refugiados sabendo em que
território já estão
 
beijo-te os seios com a alegria do novo vestido, a moda é também uma
tirania da imprensa especializada e internacionalizada de todo o universo
rico e vaidoso, corro os caminhos do mapa da nossa terapia física


José Gil

O protocolo de Sião 2

(à minha rainha amada,Solange, moça linda, namorada eterna)

eu não escrevi este poema como se prova pela assinatura no final
trazes na praia as sandálias romanas com argolas de ferro nos
tornozelos, uma argola também de ferro no pescoço,como os
antigos escravos, submetes-te à mesma ditadura da Moda clandestina
aqui neste Monte Sião

chamam-me ainda pedreiro livre desde que adoeci aos teus pés amor
maçon escondido em casa e sempre clandestino em segredo no teu
umbigo de bagos de  romã

os refugiados já chegaram no protocolo de Sião à Europa do Norte

hoje de manhã estava sol inteiro, luz, e eu como disse não escrevi este
poema como se prova aqui pela minha assinatura

Jse Gil

quinta-feira, 3 de março de 2016

55 A

(à minha mulher sempre linda)

Foi bom a tua palavra inesperada, viagem, que vivo só
e a casa com os seus objectos sagrados  hoje o telemóvel
o teclado dos protocolos sábios de Sião  vejo todos os
refugiados e asilados entre os nossos lábios de mudos
para quê mais palavras se as imagens doem tanto no 55A

José Gil

55 ondas

(à minha mulher linda Solange)
(ao poeta José Félix com saudade)

era com alecrim e sal marinho a praia da saudade
entre as tuas ancas e as minhas no mar de Cascais
bagas de romã no teu peito   passou muito tempo
descanso sentado na areia fina do poema em casa
donde não saio para escrever em libertação sempre
és serena e calma namorada das ondas da mansidão 
beijas comigo as dunas de areia do Guincho ao vento
do humanismo solidário em segredo na minha solidão

cismo junto aos rochedos do presente e gostava de ser água
transparente e quente como o teu colo de princesa

desci em armação de pêra em pleno inverno sozinho
ao oceano mais próximo da América Latina para te ouvir
triste e pensativo na baixa maré de areia larga meu sal
marinho em 55 ondas de conversa vegetal e fina

José Gil

Não sei precisar o tempo

(à minha mulher linda em tarde de Sol de verão na Damaia)

não sei precisar o tempo de amadurecer um poema
sei contudo o tempo breve das tuas pernas nas minhas
voamos   o tempo constrói o templo feminino das águas
livres como o mel das boas gestoras das abelhas em cada
favo dourado aberto ao sol do paraíso, alguém canta jazz
no café da esquina ao vento   a tardinha de Florbela na Amadora
e tento dar-te a mão na calçada para casa

José Gil

quarta-feira, 2 de março de 2016

Moça à Janela (1)

(ao grande poeta Gonçalo Bruno de Sousa)
(à minha namorada linda moça Solange)

deixai o tempo roer as unhas dos nossos dias
estás à janela a ver o oceano e através dele vês
os meus olhos da sua cor em Lisboa

uma pintura azul como o teu vestido novo, as
ancas justas para a sedução do verão  será 3ª feira
o dia mais feliz onde a alegria espalha o vermelho
nas ruas da minha casa em alcatrão bizarro, escasso 
e negro do pano deste poema

José Gil



(1) inspirado em quadro de Dali com o mesmo titulo

terça-feira, 1 de março de 2016

Terceiro dia da libertação

(a meu amor Solange)

subi as escadas do grande destaque do nosso amor
subi aos seios claros do corpo erguido ao sol e mar
de tudo um pouco salada de pêssegos maduros e
frescos como o teu cabelo nas minhas mãos, skype,
do nosso diálogo longínquo  como um baile  da nossa
vida verde ao amadurecer

José  Gil