(ao José Dias Egipto)
Mãe é sempre a noite que temos mais medo como quem
apanha amoras e folhas de amoreira na Av.Grão Vasco
não passa ninguém, não há ruído mas tudo é frio e solitário
como te explicar o desemprego a crescer na nossa mátria
mãe – há senhores que guardam relíquias de outro tempo
é o primeiro de Maio estamos livres mãe e temos medo
as casas não se iluminam e a música é alta e clássica
mãe temos que ser eruditos, falar das calçadas do sol
ao rato e procurar outros sonhos para esta noite branca
Lisboa só começa dentro de cinco horas em ponto
O bicho da seda é um monstro quando crescemos e o
Casulo não é o que desejamos muito menos a borboleta
Dos poemas esse ritmo de imagens em ruptura umas
Com as outras no corpo interior sem espelhos
José Gil