(para a minha pretinha mulher, Solange)
as rosas do alcatrão num quente e leve agosto,
inspiração do futuro rumo a um verão refrescante,
a atmosfera da noite para abrir asas e voar
tão jovem é a tua pele, corpo em movimento, estátua
um dedo de conversa, o amor pleno na estrada da agonia
um dia claro e frio, a polpa da vida selvagem
vamos, vais pelo momento do encontro, o dia feliz
a atravessar a terra de barro, as lacunas da rua e do
travesseiro, o corpo rodado por uma hora de perfume
as ancas relativas à flor do paraíso
uma casa aberta
um tempo novo
atravesso o teu rio claro, o teu umbigo de sangue
a lua nova na montanha, a estrela branca no ar
por um céu magnifico
está frio, um arco de vagabundos, um olhar
sobre a terra desviada do ventre
onde corre a palavra pela língua
vermelha
José Gil