(quadro de kate breakey, "crane feather and shell", s/d)
a José Carvalho e Guerra Junqueiro
de noite, amarra-me na concha pura
deito ainda o braço trémulo da
caneta leve, amarra-me a tinta branca
onde o leite escreve o mel e as natas
os corpos sabem o toque do zinco, é
outono entre os lençóis e as framboesas
o percurso será sempre incerto.
quando te vou ver, e aqui a ausência
chora a transparência existe – a nós do
barco em chocolate branco de Belém
navegarás onde eu fabricar a sensibilidade
da água e da árvore – a rola – entre as mãos
José Gil
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