(pintura de ralph e. cahoon, "two on a swing", s/d)
“é pelo tacto que a fonte do amor se abre”
Manuel de Barros
como a pedra da fonte, toco-te bem junto
à flor do umbigo onde cresce a madrugada
da febre, sem frio, o mundo todo na árvore
do tacto, como um veneno prende o homem
ao animal na outra folha da madrugada
corre pela praia junto ao mar, ela dança
na fonte da canção ela vive debruçada, avança
já há pouco espaço entre os seios e os cones
da fibra tónica dos mamilos, vamos como
a pedra na fonte toca e diz o verso mais claro
à flor da canela a manhã na janela da praia
o sol da rocha entre irmãos, a face fresca no
céu claro, a água sentada no estilhaço da fonte
agulha de tacto local mesmo no debruçar do corpo
digo o outro lado do oceano que não vês ou vês
o que o piano das mãos evoca a terra quente
entre a palavra e o corpo total e azul, a mulher
pérola negra, boca vermelha rosa na espera
as palavras secas saltam tão rápido, no total
José Gil
1 comentário:
Gosto de passar por aqui...Mesmo não deixando rasto.
Bj
Enviar um comentário