domingo, 5 de setembro de 2010

a flor do sal



(pintura de norman bluhm, "study #12819", 1969)


outros mesmo ali na varanda outros aí
no fundo das salas a ler o que nunca
se escreveu como rotina, a flor do sal
abre a ruptura de quem faz da poesia
o ramo das ervinhas e gosto dos sentidos

amo a dona salsa e as suas utilizações
nunca esquecer , um dia inteiro a comprar
o que vamos comer, há medalhas na cova
da moura e na minha procura muito milho
para a cachupa morte ou vida, vida adversa

não há silêncio nem de dia nem de noite
dança-se ,ouve-se as músicas de um lado
ao outro nos limites do comboio e da
auto-estrada, dou-me a garças e serpentes
enquanto sou eu serei do avesso a madrugada


José Gil

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