(pintura de balthasar van der ast, "a still-life of fruit, flowers and shells, with a lizard, caterpillar and dragonfly", 1630-1635)
espessa a passagem do teu corpo entre os
documentos
delicados como aves entre as pernas e a lua, o
lugarejo
o céu já não faz de capa a noite numa escrita
sem linguagem
envelhece a natureza não o sol, minhas tónicas,
meus saltos
a música de um andar sem espelho, saber querer,
o corpo voa
para escrever espaço aberto, insisto nas
alternativas como
se o andar de todos fosse limpo, na terra
limpa, outra sombra embeleza os dedos no chão
de granito pula a bola da
consciência, tudo nos une à secura
e se procurar o outro limite, ir para lá dos
pés, saltar
eu sou o salto
o teu corpo no meu colo e o chá verde, oiço as
bolachas de mel e amêndoa sinto os teus mamilos
para lá do vidro e fico
José Gil
2 comentários:
Muito bonito o poema. Tem uma força e uma sensualidade ímpar! Bacana!
Páscoa Feliz.
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