(estatuetas de jean-baptiste pigalle, "statuettes of venus and mercury", ca. 1770)
a violência extrema tem um braço de cristal
e de sol, perde-se entre dois arco-íris brancos
olho para o céu e o que vejo: os teus seios de
rainha, eu serei o fugitivo sedoso da tua
erva crespa e negra entre dois oceanos
minha mão guardará o primeiro mel de
agosto, seremos três na leveza do edredon
branco como espargos de alegria fina
o corpo total, pedra azul e com cânticos
oiço-te na rede aérea e se o reino do gemido
toca a terra é de uma violência como o sabre
da fiel invenção do amor e do amado
ferve no lugar dos corpos só assim o corpo
será total, entre duas trincheiras com pólvora
deixarei meu braço no campo de batalha
meus dedos serão a arma mais transparente
do tronco sem obstáculos, tocarei ainda a língua.
José Gil
1 comentário:
Bonita e singular sinergia entre texto e foto. parabéns!!
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