quarta-feira, 20 de julho de 2016

Poema de amor

(De amor a meu amor eterno Solange)

Rosa incandescente da púbis do esquecimento
Secante à vida todas as noites da palavra ao acto.
Não só o teatro para o teu corpo nu,
Ainda a língua aleatória para o poema que vive  de si,
Materialização de sinais
Eu, isto é, os lábios de óleo, estamos longe,
A mão leva-a o vento, somos esse ar agitado por
Um corpo sempre duro, essa revolta dos sentidos,
Nas esquinas urbanas da grande cidade, isto é, o dia
Da ventania, isto é, o seu osso crú

A festa da manhã é acordar sempre contigo na gaivota da tensão
A própria realidade a romper o silêncio, recuará no 1º de Agosto
Deste ano depois de toda a água do oceano com memorial passado,
Onze anos de prazer nos olhos d'água que choram a carne viva,
São as cordas, os eixos do oceano Belo Horizonte-Lisboa
Germinação de águas vegetais, paraiso entre a parte e o todo
Dois em um como a papoila vermelha, invisível na sua pureza
Oculta, amar o mar na sua fenda de seiva tangível

Todo o corpo é um todo penetrável no limbo
Da sua revelação completa

José Gil


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