(quadro de armand guillaumin, "agay, la baie par temps de mistral", circa 1895)
“Há sempre um momento na infância
Em que se abre a porta
Que deixa entrar o futuro”
Grahaam Greene,
In
O Poder e a Glória“da migração dos pássaros
falaremos devagar
noutra ocasião”
Eugénio de Andrade [1973:56]
rebento o vegetal saudável da cabeça
o ombro largo do espírito solto
mais ninguém me vê onde falo
devagar, o espírito vago do mundo
bolhas que abrem as portas verdes
no burburinho do bar, seremos muitos
toda a terra rebenta no osso duro da
montanha onde a neve escapa e o sol
brilha – há casas abertas nas árvores do
sossego, falas-me de futuro, serei eu
o barco – rebento o silêncio ao grito
pouco vou cantar na estrada como o
sol que vigia as marés. Que saberemos?
O vegetal saudável conhece o terreno
As palavras são poucas e douradas
Os pássaros invadem as terras e os
territórios surdos das cidades
José Gil
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