(fotografia de robert mapplethorpe, "lisa lyon (legs)", 1981)
almas cinzentas sobre o prato dos desassossegos
como um falcão redondo voando na ideia de um
homem através de uma liturgia, falo da vida e da
flor do sofrimento, poucos me ouvem falar da
casa perdida da morte – o segredo: se não dizes
a bem dizes a mal, quando volto a escrita nenhum
verso foi apanhado com a boca na boca – só um
terno queixo – onde fechado fico no cubo verde -
cada voz contra a parede, onde ficamos todos perto
uns dos outros lá em cima ou cá em baixo bem no
sótão – “obrigado por existir” crash claro em ruas
estreitas e escuras, porta sim porta sim do existir
terra proibida ás cigarras e aos animais de devaneio
José Gil
Sem comentários:
Enviar um comentário