(fotografia de gerard uferas, "orphée et euridice de pina bausch, ballet de l'opéra national de paris", s/d)
Procuro a natureza do acaso, o seu íntimo despido
como o cavalo aberto nas suas flutuações temporárias
sob as palavras, as tendências da arte em flor
onde se explica o arapaho(1), a representação
pictórica. Entre dois toques na bola de ping-pong,
a realidade é absurda, obscura, voam no crash as
novas cadeiras na biblioteca suspensa de cerejas,
a estilista corre nua de um lado ao outro do gel
perde-se no vestido longo e encarnado, saltam
ainda os sapatos e a flor de lis com a sua brisa
no palco Pina Bausch com seus braços enlouquecidos
o velho bailarino não cai nem sai, corre
acordando com a luz toda no rosto, cal
procura ainda por dentro do palco dos dias a folha
de chá desta alegria, é sábado, tu sabes
José Gil
(1) Arte dos Arapahos
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