(fotografia de wolfgang ludes, "ocean", s/d)
amanhece junto ao teu corpo o sol, procura
junto ao lençol teu vulto, regressa a cama
com as cerejas de junho – faz uma manhã
mais longa – um desejo de paz – crash
é o barco do jasmim, recebe-o em terra dedos
abertos na areia, ele vem leve, através da
areia é o horizonte aberto ritmo a ritmo
o crash faz explodir toda a praia em ondas
desordenadas e altas e cinzentas como o mar
morto, a mão morta, o silêncio na glória
compacta a respiração procura-te no lençol
podes bordar em ponto cruz o cão de loiça
e ficar a olhar o longo elemento do meu corpo
José Gil
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