quinta-feira, 16 de abril de 2009

Crash 52



(pintura de theodore earl butler, "cliff-normandy", s/d)


A Mar
e Constantino

cristaliza na linha do horizonte a lágrima
o rio das ondas vivas, escrevo como quem
regressa, o barco junto à caneta, a tinta dos
dedos. perco a folha que voa com a carne
do poema, choro onde o rio trava o dia

o corpo limpo na janela da noite, soluço
um novo gosto na linha das letras entre o
ar e a água – preciso da concha de um sorriso
na linha cristalizada a negro, pretinha lenta
como as canções do conjunto do oceano
matriz romântica plenamente brava


José Gil

Sem comentários: