terça-feira, 19 de abril de 2016

Poema de amor

(a meu amor lindo sempre Solange)
(a Caldeira Duarte autor de" Mataram as Searas" Chiado Editora 1-12-2015)


tenho que bordar o oceano com a ternura desta carne cor de rosa no azul
dos dedos que escrevem o branco caminho da tua vinda em Agosto, rendas
claras da tua saia rodada para viajar pelos lugares das tuas ondas de carinho
comerei as cerejas secas e doces de inverno dos teus seios ausentes das minhas
mãos com flor de laranjeira das saudades do chá do enamoramento escrevo
o poema na tatuagem do corpo no corpo sagrado

José Gil
1-12-2015

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O que não tem asas

(à minha mulher linda e jovem, Solange)


o que não tem asas, dobra a coluna vertebral do corpo novo
seguro-lhe nos cabelos curtos como a memória rouge do dia
passamos o passado de futuro em futuro no ponto dos mamilos
há um doce de marmelada branca em cada boião de vidro transparente
onde o corpo procura o outro lado do outro corpo bem ao invés
do coração da língua