(à minha esposa linda sempre, Solange)
traz a ave amor preparada para o mundo
um universo único e exemplar
de terra e cal branca para a casa
à beira do oceano comum
bebe um copo pelas comemorações
quando faltam dois anos de vida
traz as cerejas para o abraço doce
que o corpo esconde a água
no paraíso de terra vegetal
nove horas de espera, sete semanas de paixão
no ouvido secreto de ser eu ou não sou no
subsolo do poema a percorrer o seu labirinto
por um poente nas pernas, a lua cheia
o horizonte conquistado ao pequeno mundo
das coisas simples da vida como namorada
água, música, irmã, amigo, sol, água
o luar perfeito, o céu incompleto
as manhãs do mundo pequeno.
José Gil
15-2-2016