quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Cascais 8


 


(praia do guincho, retirada daqui)
 
Almas gémeas, corpo espelho, traz a barra e a torre
Deixa passar no fogo do corpo a espada do guerreiro
A lua tida como começo do paredão, caminha bravo
Avança pelas horas até a Catedral e sente a pele
No lugar dos barcos o coração da areia levanta as velas
Regressa ao sol pelos lábios , de Birre ao Guincho trago
A bússola e o mapa só namoro o princípio do verbo doce
 
Oiço nos lábios os mamilos, os seios no peito, a língua
Faz a luz na raiz inicial, Cascais tem o céu muito azul
Aos passos do beijo demorado
 
Guerreiro cada vez mais reconciliado com o oceano
 
Parto com o giz a lousa, a pedra a ardósia e a tua mensagem
 
Jorge Vicente

Cascais 7


 
 
(baía de cascais, retirado daqui)
 
Estou preso é para bater na testa, as mãos algemadas
Estou cego sob a lua da música do guerreiro alquimista
Bate o arco da bravura onde a coragem está presa da anona
Fruta do Conde para beijar na boca, devo estar a sonhar
Avanço pelo caminho, quero caminhar junto ao oceano
Todos os  dias antes do sol nascer, o fogo abre o sentimento
Frágil no doce olhar da venda
 
Solta as mãos para dançar, solta a venda , bate no crânio
Até a Pedra Viva, bate a astúcia de saltar, construir o corpo
Recupera o poder no corpo livre da manga doce do beijo
 
Entre Birre e a Torre nascemos devagar sem estranheza
 
Já não estou preso, tenho a flor do frio da esperança – a angústia
 
Ainda não há o movimento pessoal – liberta as amarras do conforto
Vibra o primeiro passo na água salgada
 
Ainda fica a pergunta quem vai dormir comigo o corpo em fogo
 
O medo mora comigo, Cascais abre-se como vila clara
 
José Gil