à
minha namorada de amor diário, Solange
transporto a maçã no colo como
um espasmo de palavras decifradas
voo entre as pernas vegetais
dia-a-dia o mês de dezembro, vais chegar
amor ao conventinho da arrábida
do teu corpo, às suas reservas naturais,
sonho tudo fechado em casa enquanto
como contigo boas cerejas do
Chile, chegadas de Espanha. comendo
elas atravessamos o jardim de
Benfica de mão dada,
lentamente até ao nosso larguinho espiritual, escrevo
como um romance em triângulo,
uma saudade de Setúbal próximo da serra
e do castelo de Palmela,
vista para o mundo e o oceano, cristal dos teus
seios na muralha da
estalagem
José Gil