domingo, 22 de maio de 2016

Poema de amor 150

à minha namorada de amor diário, Solange

transporto a maçã no colo como um espasmo de palavras decifradas
voo entre as pernas vegetais dia-a-dia o mês de dezembro, vais chegar
amor ao conventinho da arrábida do teu corpo, às suas reservas naturais,
sonho tudo fechado em casa enquanto como contigo boas cerejas do
Chile, chegadas de Espanha. comendo elas atravessamos o jardim de
Benfica de mão dada, lentamente até ao nosso larguinho espiritual, escrevo
como um romance em triângulo, uma saudade de Setúbal próximo da serra
e do castelo de Palmela, vista para o mundo e o oceano, cristal dos teus
seios na muralha da estalagem

José Gil

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Cascais 31

ao José Félix e ao Carlos Albino
 
rasgo os braços na percussão da Kembi, Sukata
Costa da Caparica bem junto ao Oceano, trago o fogo
da última falésia em Cascais e o sentimento doce
da morte, é a perseguição das casas junto à praia
 
há mexilhão, o país assobia mas todos estão na maré
baixa, faliu o fado como uma flecha nas lágrimas de
Chopin, José, um albarquel junto aos barcos e uma voz de
vertigem. quem será o próximo a morrer na luta de
substituir a canalha, como escreves “nem Chopin disfarçadod
de romântico” as moças gostam de dançar no átrio da escola
descobrem a outra margem do social pobre, um cantor estroque

é 2ª feira a semana académica para um país que é um barco no fundo
retira o coração, os alfinetes podem segurar as veias do coração,
é o amor, é o amor

 
José Gil