quarta-feira, 15 de abril de 2015

Cascais 5556

(à minha esposa linda linda, Solange, estamos quase juntos)


vem lã branca cinza no vestido curto com que percorres o oceano
são passos de água, ondas onde mergulhar o silêncio na fenda do
gemido, habita a instalação da alegria na vila do sol de inverno
há duas casas brancas por construir junto ao sol na humidade da
noite nos musgos dispersos pelas ruas claras

fala-me de amor sem palavras, é linguagem isolada, crente na
doçura da língua na perna, o ouvido bem apurado na música de
fundo, o som da vida.

José Gil

Cascais 4567

(à minha esposa linda tb com muito sol, Solange)

bebe com os lábios entreabertos as folhas do sol escrito

o poeta refugia-se na cozinha velha e branca com chaminé
junto ao fogão, com o pc pequenino e come bananas e
bebe o café dos teus seios no mármore da mesa longa de
madeira para outros voos  e abraços na grande cozinha da
casinha branca no alto de cascais, que vista transatlântica
para o outro lado do oceano, cultiva o lote, planta as árvores,
cria as transparências no vestido da noite, lua quente.

José Gil