sábado, 30 de janeiro de 2016

Solange 5001

18 de Julho 2015
Dia Mandela

(à minha esposa linda sempre perto de mim amor lindo, Solange)
(Aos meus amigos hoje alguns reunidos nesta colina)

Sabes como as crianças avançam na construção do poema
Na flor da alegria santa no lugar do desassossego do sacrifício
27 anos de prisão sem ódio, a construção do casamento amor
Tens que regressar Itabira vai rir no poema de construir um dia
Também europeu será Paris o matrimónio da felicidade junto ao
Rio da memória   tudo voa por este dia de construir futuros com
A flor de cera nas pernas   quem quer beber o corpo em cada seio
Da história de cada pessoa especial neste lado do atlântico escrevendo
Pelo enamoramento nas cachoeiras do Brasil onde danças sempre para
Mim a laranja a abrir o desejo   volto ao poema

José Gil

Solange 5000

18 de Julho 2015
Dia Mandela

(à minha esposa linda sempre perto de mim amor lindo, Solange)
(Aos meus amigos hoje alguns reunidos nesta colina)

Constrói o futuro aqui remexe as ancas no palco
Onde as cerejas cristalinas escrevem cada dia
Vê melhor o que deus quer, um lema possível
Passar aos actos as palavras do enamoramento
Portugal Brasil passei a rua nova  da estação
S.João do Estoril logo de manhã cedo dentes
Novos para te morder os fios da alma
Quero-te por este oceano a caminhar de novo
Para Cascais amor, abro a casa e escreve-me
As palavras constroem outras

José Gil

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Poema de amor 21

(à minha esposa linda onze  anos de enamoramento e poesia)

cai a pedra no lugar da lágrima do amor, chove muito lá fora,
é o primeiro domingo no teu ventre de creme de leite doce
e sinto a lâmina do frio do silêncio por amor vou construindo
a muralha do oceano que nos divide é um lençol em fino linho
cor de pele muito aprimorado como o Castelo de S. Jorge a
olhar o Tejo

tudo brilha azul em cada questão do enamoramento, não há sol
nesta manhã quebrada sobre a estrada de quem quer ir e o
sofrimento dos amantes no inicio do inverno  com os ossos frios
a cegueira da memória das cerejas e das ginjas no celular avariado,

beijo-te onde repousam as pombas do meu quarto aberto à tua
chegada, sei que é segunda-feira um de Agosto de dois mil e
dezasseis às seis horas no avião Tap/Azul quem dirá o prazer
conheço a tua catedral para o avanço e recuo do corpo duro

saimos pelas águas livres até Cascais com o outro lado do oceano,
vamos agora amor é domingo e oiço novamente as tuas palavras

José Gil
3 -1-2016

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Poema de amor 26

(a meu amor e esposa nesta manhã de sol em casa, Solange)

um dia soubemos onde era Londres, 1973, da alegria e sensibilidade dos sonetos de Shakespeare
podemos mergulhar das saudades do rio Tamisa, dos autocarros de dois andares vermelhos
do chá de todos os poetas e poemas - ficarão os seios nas minhas mãos verdes com as maçãs
e os frutos vermelhos nas torradas do café da manhã em plena City, tinha 17 anos e seguia
os passos de meu pai Amílcar  descobrindo a podridão  das negociatas e o direito a honra
na Europa 

viagens da minha esperança em conhecer a juventude de novos povos, os pubs o suco de
tomate vermelho e molho de pie para converter o umbigo em fogo, corri os múltiplos jardins
verdes e o corner em Hyde Park onde tudo se discutia e conheci o MPLA, a FRELIMO, o PAIGC
o seu discurso proibido em Portugal colonial mas bem recebido nesse ano na ONU, a defesa
dos direitos humanos, a anunciada libertação e independência

cruzo contigo as pernas na casa da Damaia Águas Livres onde planeamos a escrita
 
José Gil

Cascais 30


(a meu amor Solange)

chove e faz frio e calor Maio duro e azul escuro o oceano
vou ouvir o mar e Warren Vaché UK All Stars Sexteto
no Estoril onde nasce o meu sol diário, levo-te na mão
podemos dançar no Jardim do Casino a um Deus feliz
como há 31 anos em Cascais onde o futuro foi lançado

quantos jovens fizeram o caminho emocionados por um
jazz único e sublime no lugar dos teus seios e palavras
o sol da memória vai aparecendo todos os dias, vibro
por uma casa na encosta do Oceano, uma tosta mista
uma limonada com muito gelo por outro lado eles é
que sabem, eles é que dizem nos telejornais que não
vejo, preciso de muito tempo para escrever a água

amo-te no fluxo da terra nova na secreta ideia do ser dois
 
 
José Gil

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Poema de amor 28

(à minha beleza mulher jovem Solange)


escrevo a borboleta que voa bela no teu ventre
cristalina e transparente como esta tarde em
Lisboa, no seu céu azul sagrado

como a abelha quer o pólen avanço para o
atlântico num voo antigo de memória certa
qual golfinho na tua janela de Minas

canto a minha flor exótica de dez anos
cristal e luz na sensação da pele inteira

toco-te a sola dos pés como o meu creme escrito


José Gil
__._,_.___

Poema de amor 25

(para Solange)

a praia da Nazaré espera-nos nas ondas da crista do teu cabelo vermelho
no litoral limite da língua em todo o lençol de linho branco cor da alma
cruzamos as pernas nas pernas enquanto dormes na primavera

a praia espera-te em Agosto do próximo ano como um pássaro do sul
da planta da alegria da musica rap que a minha negrinha vai aprender
aqui no largo da estação das Águas Livres, nova freguesia de todas as
culturas, lugar de refugio cruzamento com trabalho madrugador das
limpezas do coração, das obras poucas que sobrevivem.
 
José Gil

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Poema de amor 20

(à minha mulher linda no seio do trabalho louco Solange)
(ao Jorge a noite "abrir-nos-à")


escrevo o domicilio como o quadrado da vida
a flor de tília para descansar os dias  nas águas
livres. Sei que há um beijo para salvar  as trevas
o dia das coisas floridas na tua madeira no
silêncio de gatinhar entre a cozinha e o corredor
"nada existe mais glorioso"(1) que a casa 
e me fixo na casa de Saramago como Neruda em
Santiago e Valparaiso no Chile

José Gil

(1) Jorge Vicente

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Poema de amor 19

(à minha mulher a mais linda, Solange

aos poetas irmãos Félix, Gonçalo, Constantino, Jorge


ninguém conhece a palavra  escondida em cada um dos ouvidos ao

esquecimento como substâncias naturais nos filos da gila de água


junto  entre os braços e as pernas na praia da Oura a fim de Maio

quem se pode bailar no bar,  bar dos cavalos - sinta-se em casa, o


poema tem um pouco de cada recanto, de cada quarto sagrado

no desejo de abrir a terra forte nos últimos 50 anos, na serra e


no deserto grandes alterações no teu corpo climático, uma

religião que tentamos voltar a  ganhar doce,

escrevo-te em segredo jovem, com um dedo de cristal na dobra


da saia curta em xadrez vermelho e preto, às preguinhas, com fivela 



José Gil

Poema de amor 17

(à Solange minha mulher linda linda
ao Gonçalo)


é  onde o corpo nu se esconde, como vai o dia na praia do tempo
temos que avançar a incandescente palavra dos outros poetas, e
acrescentar o filigrana do poema, pela estrada vamos como em
Minas, mais alcatrão e poeira e menos mar e brisa
vou entrar pelo mar se Deus oferecer a solução
e conhecer devagar e com energia a força de Mariana
do novo mundo que começou na Lava por soluções em Minas
Novembro sem soluções do mundo


José Gil

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Poema de amor 16



(à minha mulher linda e querida, esposa do futuro próxima, Solange
à sua filha Ana brilhante no Chile, Salvadora e Culta
ao Jorge para uma tarde de poesia de tertúlia central)

ama a lava da poesia numa tarde em filigrana com a beleza das mulheres bailarinas
no meio do poema vivo, viva voz entre todas as vozes mudas, sinais, ama a poesia
escrevendo todos os dias o seu sacrifício de escrever e re-escrever o verbo das mulheres
actrizes no palco quente e das plantas a roda da sombra, cada poeta tem o seu sol
projectado no colo do cimo do vulcão, há prazer e medo diariamente, vais vencer
força cognitiva para achar a razão

José Gil

Poema de amor 14



(a meu amor lindo hoje feliz, para estarmos juntos, Solange)

beijo a flor da cidreira na sua vagem, procuro as sombras do teu corpo
o luar dos seios do desejo os mamilos de chá de cristal de luar de
primavera que hoje começou
atravesso as frases com um limite de respiração dizer o poema escrito
electronicamente aqui nas águas livres neste final de ano, vou
até ao seu centro um poema sombra por uma pequena ervilha numa
vagem verde verde

José Gil

Poema de amor 12

"de azúcar y yerbaluísa
oh! qué ilanura empinada
com veinte soles arriba
Qué! ríos puestos de píe
vislumbra su fantasia"

Romancero gitano
Lorca
1924

(à minha mulher jovem e linda,devo-lhe toda a poesia da década, Solange)

uma admiração pastoril

o corpo a sépia desenho na tela da aguarela destes campos, depois
desenho-te a tinta da china mágica sombra do oceano que nos une
mergulho nos cabelos da saudade com trançinhas húmidas como
algas tudo azul e verde, avanço como-te os mirtilos em fruta erótica
de manhã cedo com o seu café e canela e assim sucessivamente quente

José Gil

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Poema de amor 10

o saber alegre bate a palavra-pão
a cidade desenha-se em pó azul
então já não há nada para dizer

posso? Vem! vamos. Agora? a lua cheia
apenas o limbo cortante do silêncio
avanço nas linhas e nos lugares, oiço
a tua respiração, os teus lábios doces
da pedra seca, bato a batida dos dentes
onde a palavra salta, matriz única, minha
moça das cerejas chilenas em dezembro

é o silêncio ainda que oiço
aqui rente ao chão do sol sem sombra
deitado na folha húmida onde bate o
dente até à entrenha do mar, sereno

José Gil

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Poema de amor 9

(ao grande Cineasta Manoel de Oliveira,
a meu amor memorial, Solange)

Poderei dizer com flores no lençol como é transparente o teu corpo
nestes dias de Páscoa voam algumas já secas sobre os teus seios
poema secreto meu amor para tu só saberes, amar-me-ei apenas
dizendo que já ultrapassou os mil desordenados poemas, um eixo
Norte sul que
conheço com os dedos entre as pernas e o umbigo
entre Cascais, Santiago do Chile, Serpa, Sintra, Belo Horizonte no hotel

certo para o amor dado ao mundo imenso do conhecimento
sem hora certa como os telefonemas amor sem feriados nem domingos

gosto tanto dos morangos que descamam na alma viva, no mamilo direito,
virá a casa branca, o seio rosa da minha língua e unirá mais os nossos territórios,
transparentes como os  filmes de amor do Manoel de Oliveira

José Gil

Poema de amor 7

(na crista da onda, vamos a Sevilha

à minha esposa querida, amor eterno sem longe nem distância, Solange)


imagino no futuro Agosto, era um calor que arrefecia

era uma acalmia a crista da onda sem outono anterior e bravo

simulo em casa pela janela do sol um prateado azul o teu corpo para

mergulhar na minha terra o lugar da serenidade, nu, o nosso sangue corria


a noite era quente e o dia solarengo

na crista da onda vejo Colares de flores sensuais como a anca aberta

ao longo da prancha de Surf para o fazer lento e ondulado do amor

onde descansas a tranquilidade  do nosso namoro de dez anos


o mar é esperança amor de corpo a corpo no luar da praia curta

percorro-te as pernas e os rituais da oração são imortais,



vamos do Guincho à Nazare onde crescem as ondas dentro de nós

estarmos os dois novamente em Agosto nem antes nem depois

como um segredo, um encanto ao centro e ao sul, vamos à flor de Sevilha.

José Gil

Poema de Amor 5

(à minha esposa azul de dez anos no azul do mar Solange, linda como as ondas)


O oceano conhece muitos segredos só nossos, descanso sentado no rochedo
do amor no Atlântico rodeado de dezenas de pelicanos e outras aves marinhas
beijo-te, são os seios que dão o sinal da madrugada a acabar, vê em frente o
novo sol em recantos de solidão próprios da casa branca, só livros e folhas,
saudades de tantos abraços, saudades de tantos dias de outro Dezembro no
Paraíso. 

Há muito que não desço como um cristal e a sua lanterna enamorada a praia
todo o oceano traz de vegetal para nos dizer o amor está por aqui, a minha arte
é o teu corpo no meu, a minha escrita tatua a pele das ancas, entre as minhas ancas
como o fogo da lareira da fazenda onde trocamos beijos de carinho toda a
madrugada, design de uma só boca flor de couve coração no teu

eixo, mastro na vaga do teu corpo de ouro brilhante entre as letras de pele escura.

José Gil

Poema de Amor 4

(Não sei precisar o tempo. à minha mulher linda em tarde de Sol de verão na Damaia)


“el día se va despacio,

La tarde colgada a um hombro,


Dando una larga torera

Sobre el mar y los arroyos

Las aceitunas aguardan

La noche de Capricornio”.


(Federico Garcia Lorca)


A poesia encostada ao ombro, José quem eras tu?

não sei precisar o tempo de amadurecer num  poema

sei contudo o tempo breve das tuas pernas nas minhas

voamos o tempo constrói o templo feminino das águas


livres como o mel das boas criadoras do humido das abelhas

em cada

favo dourado aberto ao sol do paraíso, alguém canta jazz

no café da esquina ao vento a tardinha de Florbela na Amadora

e tento dar-te a mão na calçada para casa

beijo-te na orelha o segredo da noite entre rosas de paixão
contra o cacto da solidão toca-te e eu quente desenho o que
o poema não transporta nas pontes das pernas
 

José Gil 
__._,_.___

domingo, 3 de janeiro de 2016

Cascais 28

tu és a luz da minha vida, Cascais
a marcha lenta do Swing e do Jazz
das tuas ancas de espuma junto à Baia
aceita outra palavra de Deus
um anjo negro no paredão
o nosso passeio marítimo de mão dada
logo de madrugada até ao Estoril
se fazemos amor na areia
conhecemos a água e se chove
como hoje conhecemos o oceano
traz a vela na prancha dos sentimentos
o poeta morreu na praia, chora mesmo
sinto as pernas a partir ao som dos motores
traz a vela e a prancha dos sentimentos
a luz clareia as casas, vejo daqui
todos acordam às 5 horas em ponto
solitários, vão avançar para a marginal
não os vejo, apitam outros sonos

 
José Gil