segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

poeta e exílio



(fotografia de julia margaret cameron, "elizabeth keown, kate keown, and freddy gould", circa 1866-1868"


Está tudo vazio, eu que esperava tudo belo
Vesti o fato e a gravata e aqui estou para te
Receber como a terra, és a mulher, o soldado
Avança, avante mãe da esperança, traz no bolso
A bomba - conhecem-te todos do castelo de
Leiria e aplaudem – já todos os dias acordas cedo
Ou não dormes só ouves ruídos, passos, sais
Para a quinta – vais para a guarita e ninguém te vê

Traz a terra e almoça connosco, a terra está branca
Venho de vieira e transporto dois exílios, três
Tu, eu e o poema nem sei o que somos, há para
Lá outros, vivem incógnitos
Amam

Mesmo vazia sempre gosto de ver de saia rodada
Junto á lua, vamos combater para o Iraque e o
Afeganistão ficam aqui tão perto, vamos e amas-me
No teu silêncio, não sei o que te disse Deus de madrugada

José Gil