"A quem sabe esperar o tempo abre as portas."
(Provérbio Chinês)
dobro o tempo no eixo da mesa, atravesso-te no lugar do umbigo,
um poema curto em redor das faces do relógio, soluço irredutível,
mãos puras e dormentes no teu regaço, enrolam-se no veludo
do teu florido negro sombra e palma, enlaço de ervas e folhas, o
rosto do lábio como o ar na minha língua, espero devagar o passar
do tempo, uma linguagem de escultura com a pele à mostra, desejo
abraçar todo o animal junto à parede da casa, bem na rua onde chove
chovem as palavras e os teus saltos na calçada, é outono e o corpo vivo.
as pedras rolam ainda devagarinho do teu jardim como areias sensuais,
estamos na estrela, é uma tentativa de gestos esvaziados de alcatrão
José Gil