domingo, 22 de novembro de 2015

Pérola 1

Ela azul e branca segura a vida no fio
efervescente da nuvem  levanta as ideias
Onde nasce o lugar da casa, a escrivaninha,
o poente liso do poema. A anca do desejo entre
a ideia efervescente e a parede clara

a parede clara no fio indecifrável da tua
voz a palavra que evoca tudo: a partilha,
o sereno murmurar de silêncios, a chuva que
chia, o vento que assobia as suas águas
cá dentro, bem cá dentro, para além do
toque e da pele não existe sangue no meu
corpo, apenas a chuva e as lágrimas que
roubam o poema a Deus
 
entre as pedras a pobre cobra toca
o eixo doce, toca e volta a bater
onde o eixo e a árvore se encontram
dobra a lingua, bate, bate até ao dia

 
José Gil

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Cabelo Vermelho

ao Jorge inspirador
à minha mulher sempre linda e jovem, Solange


abraça as árvores vermelhas da raiz do cabelo
é o teu cabelo sagrado, um corpo único, uniforme 
na roda incerta do abraço em grupo onde sobe o sangue

irmão, irmã Jorge a lua fugaz de todas as noites

vou comer o peixe das alianças de prata

espero-a para o casamento numa Ermida longe do urbano
no diálogo histórico dos emamorados sem politica de fusão.


José Gil