segunda-feira, 13 de junho de 2011

corpototal 36



(imagem de um filme de cauleen smith, "still from elsewhere" (2010)


“Julgamos que viver era abraçar”
Sofia de Mello Breyner Andresson

“Que cada frase em vez de um habilidoso
disfarce, fosse uma sedução (...) e um acto
sem subterfúgios. Para tanto limpo-a
escrupulosamente de todas as impurezas e ambiguidades”

Miguel Torga



estou aqui onde começa o turbilhão pela densidade do amor
basta os teus cones ao tronco iluminado - único arco doce
sabes: tudo és tudo na espuma das ruas e do centro azul
eu serei o que disserem no rasgão denso de que sou o que
não sossega o corpo soberano – espero o milagre das coisas
uma luminosidade negra vem sempre o brilho da pele no aroma
de mais uma imagem – o que te revela em Dezembro no oceano
sobre as cidades onde libertas a esperança, o sangue e o sol
sei quem és, de onde vens, o teu corpo chega a uma experiência
da magnifica imagem, um volúvel andar rumo ao novo ano
o abraço do rosto que eu adoro, morde ainda os dedos, serei
o palácio incansável mais vagaroso e queimado do verão passado

José Gil

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