terça-feira, 21 de julho de 2015

Cascais 22

pelo ar aberto que bate junto às veias
abre-se a página do oceano, a rede é fina
são sete horas, estou a fazer o calçadão
não passas na música espiritual, comes o
pão dos nove cereais
 
o desemprego assusta o sol que se derrama
na manhã quente junto à praia

ficarei cor de chocolate onde espero o teu
corpo rosa carne viva e os teus cabelinhos
nos meus dedos de hortelã, o chocolate
derrete onde a folha azul voa com versos
não tenho lingua só voz para dizer do nosso
amor - estamos em Maio e Cascais nasce cedo

José Gil

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Cascais 9998

à minha esposa linda linda a almoçar, Solange,
à poetisa cláudia das minhas memórias

escrevo porque estamos vivos em cascais tu escreves e eu
leio para os teus três filhos, a vida tem um facilitador, o
primeiro poema rei de toda a suavidade
cresce banana e pêssego na minha boca o lugar da manga
e do iogurte com figo que estou comendo, no verão a figueira
de minha mãe traz mesmo os figos íntegros e inteiros
e saberemos o lugar do amor na flor querida do quintal
avançamos pela tarde do poema bem junto ao oceano
mais doze dias e estamos no colo um do outro, beijo.


José Gil

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Cascais 9878

(à minha esposa quase no meu colo, Solange)

lavas a roupa para te aquecer no Natal a alma, podemos
fazer a mala como eu de volta das calças da imaginação
toda a casa se move pela viagem pura do país frágil
levarei um bolo de chocolate para o quarto com rosas
vermelhas e Periquita. Será possível entre dois poemas?
A casa branca de Cascais ainda não nasceu nem é lote
ainda apenas um sonho para viver como  agora todos os
dias na praia antes ou depois do trabalho árduo de quem
quer ser um lutador do trabalho da liberdade do sonho
o teatro com a participação do espectador - nunca esquecerei
o público e falarei sempre dos amigos dessa formação da
leitura da arte. Saberemos os significados e os sinais
como os teus mamilos em chocolate nos meus lábios
aí nasce a dança, a biodança de outros companheiros .

José Gil