segunda-feira, 12 de julho de 2010

eu subirei os degraus da árvore



(pintura de ivan bazak, "untitled", 2005)

eu subirei os degraus da árvore onde crescem os teus cogumelos rosa
e o violeta do teu verniz tingirá as nossas mãos, devagar, tudo
vermelho e negro entre as ondas e o teu corpo e os barcos lilases
como a piedade e a cruz rubra do teu olhar, perde-se tudo onde se navega
à vista – eu subirei ainda os degraus do oceano com árvores

ficará o meu amor a boiar nas minhas ancas bem seguras e as algas
roxas aprenderão a amar e alguns violetas se fecharão em tristezas se com esse
dia a dia de viver tristes. alguns estarão assobiando em suas portas ao passar na avenida do mar eu cantarei a tua janela de persianas rosa na casa rubra que caracteriza o teu quarto. Vê amor o sol que nasce no teu coral negro no urdir deste tempo entre as quatro árvores e o céu muito verde e cinzento de sol

respira, ouve as flores da paz, os gigantes da serra no fundo do oceano como
um bosque, eu amo-te dolorosamente na linha da distância só sei que Janeiro
nasce no fundo das ondas onde se desenha o sexo com pequenos búzios redondos

José Gil

1 comentário:

Chris B. disse...

Que lindas palavras de Amor...

Obrigada pelo carinho e deixo um abraço deste lado de cá!