quarta-feira, 18 de agosto de 2010

cotejo do anjo



(pintura de michael argov, "young woman at the port", 1954/1955)


tenho que tocar-te toda no
cotejo dos anjos, outra
floresta nua
ardendo como
outrora nas cordilheiras
de Agosto em fogo

seta despida na penumbra

deixo-te três espelhos para
te conheceres, toco
o do espírito como o
principal - aporia de mel
o poema da penúria
rotativa, na sua territorialidade
flexiva,vibra agora
o sono das pedras
e traz a erva para
o centro da cidade
eu sou o teu hálito
canta-me a tua
redonda mão


fica na janela
estamos sós
no bairro

José Gil

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