(imagem de ana moura num concerto)
à fadista Ana Moura
nem por pensamento a rosa murcha logo que amanhece
nem pelo caminho do pensamento sobe e desce em lisboa
tinha de saber ainda o teu sabor, baila pelas sílabas na boa
do entretenimento dos espantados com real beleza
há ainda as sete colinas, duas das tuas costas nuas
quando me vejo só o que não é sempre coloco
as rosas na estrada e tu chegas sempre como o bloco
onde escrevo sem acabar-se de vestir e mesmo assim esvaindo
o seu juízo, o seu calor, o seu respirar o seu pensamento
sabemos o caminho e sabe-se o caminho por onde
chegamos à casa no meio da cheia, só e somente
vendo-te não descansa o luar à roda do ventinho
canta para mim um fado maior nem por pensamento
só a voz e a cama e o rosto vincado da poesia e do vinho
José Gil
Sem comentários:
Enviar um comentário