quinta-feira, 23 de junho de 2011

um quase epílogo



(fotografia de sharon core, "early american, still life with stripped bass", s/d). retirado daqui.


toco o osso, o braço longo
onde dança a mão, como
um pequeno baile para pessoas
muito pequenas, velho anão da
minha infância dança o tango

ela dança também aos ciúmes
do maior, o girafa, junto da
pequena bravura de um convite

no formo o osso assa como
o braço do pequenino e
todos dançam toda a noite

chega para lá do mármore
cai até que doa a infância

toca a estrada do batom
vermelho e dança ainda
em hortelã o peixe coze
contra as batatas e a
caldeirada onde em cadeiras
pequeninas tudo descansa
e bebe um delicioso sumo
de tomate, a caldeirada
destrói o baile, depois dormem
na cadeira pequena por um
Deus anão e uma janela quente

José Gil

1 comentário:

AnaMar (pseudónimo) disse...

c
a
i
r

até á infância doer.

(Um dos mais belos do JGil que já li...:-))