domingo, 13 de novembro de 2011

corpototal 56



(fotografia de tiziana & gianni baldizzone, 2006)


vamos ser positivos entre as canadianas cinzentas, e negras
o pé no ar, a sala está quase escura vejo a literatura como
o fim do dia a mão arrancando de uma só vez a pele da parede
tudo se descobre como o sangue dos tijolos, o mel do cimento
quente, a volatilidade do fim do dia, desce quando começa, o princípio
do corpo quando não há outro para fazer arrebatador, na voz única
o corpo debruçado ao topo num primeiro plano há ainda tulipas violetas
espalhadas no pau preto, a dureza da madeira incontornável, superior
ao castanho, o perfil selectivo, ondulação, deslizar como um animal
dou o pé ao meu olhar, a mão limpa na parede, vinho escondido nos trilhos
da janela da manhã em istambul casa erguida voa até aqui no mar

José Gil