"A quem sabe esperar o tempo abre as portas."
(Provérbio Chinês)
dobro o tempo no eixo da mesa, atravesso-te no lugar do umbigo
um poema curto em redor das faces do relógio, soluço irredutível
mãos puras e dormentes no teu regaço enrolam-se no veludo
do teu florido negro sombra e palma enlaço de ervas e folhas, o
rosto do lábio como o ar na minha língua , espero devagar o passar
do tempo, uma linguagem de escultura com a pele a mostra, desejo
abraçar todo o animal junto à parede da casa, bem na rua onde chove
chovem as palavras e os teus saltos na calçada, é outono e o corpo vivo
as pedras rolam ainda devagarinho do teu jardim como areias sensuais
estamos na estrela, é uma tentativa de gestos esvaziados de alcatrão
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