segunda-feira, 4 de abril de 2016

O que não tem asas

(à minha mulher linda e jovem, Solange)


o que não tem asas, dobra a coluna vertebral do corpo novo
seguro-lhe nos cabelos curtos como a memória rouge do dia
passamos o passado de futuro em futuro no ponto dos mamilos
há um doce de marmelada branca em cada boião de vidro transparente
onde o corpo procura o outro lado do outro corpo bem ao invés
do coração da língua

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