domingo, 22 de março de 2009

Corpototal 10



(fotografia de harno minkkinen, "kivisaari, hirvensalmi", 2007)


ao Américo

a cabeça como uma máquina que nos ataca
numa gruta, para respirar a sombra é este
o medo, o seu reino de sombras e jogos

volta a pedra como raiz da árvore no fundo
do silêncio

o jardim das amendoeiras entre as ancas
o teu olhar aparente que solta como uma
vela, já nem consigo chorar, é como um
filme, a vida passa

onde ainda o medo no lugar das mãos
calma branca energia vital universal
sou o teu canal, acredita nesta luz
súbita acredita na água


José Gil

Sem comentários: