segunda-feira, 21 de setembro de 2009

crash 55



(pintura de maykel herrera, "good bye", 2008)


a pedra da tardinha para a noite, o sol puro
vira-se a lua para encontrar a sequência
o telhado ainda não foi colocado fica
no rés-do chão com o vento que roda

viva a tardinha fresca, o momento do invento
queria escrever um poema e só sai logo
o aroma do pó da pedra e do alecrim,
muda-me a sorte, muda-me o destino

os monges saltam as pedras junto ao rio
cada poema é uma oração, a vida uma
catedral, fresca a tua nave sobre os seios

interliga o desejo e a fome como o ardor
vivemos onde menos se julga o andar
por terrenos soltos que mudam a viagem


José Gil

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