segunda-feira, 26 de julho de 2010

árvore 2



(pintura de melissa doherty, "into the woods, nº 5", 2008)

tomais-nos por poeta e poema
os olhos fixos foram feitos para
a árvore certeira, a segunda do
lugar público, saltai das laranjas
a paz seja convosco por isso
deixai-os fixar a paleta e o
aroma da folha que estima tenho
por sevilha logo de manhã as razões
que tenho para a escrever

que fizeste da tua juventude?

devo
acreditar que o incorpóreo
imalterializou-se na tua clareira negra

vem sempre dar a carne o sabor da foto
e uma onda de mistério onde tudo se
sonha, repousa no movimento
do esquecimento com o corpo
encaracolado no seu abismo verde

José Gil

1 comentário:

Eliana Mora [El] disse...

'abismo verde', uma das belíssimas imagens que só tu podes compor em teus poemas-raiz

beijos, admiração

El