terça-feira, 25 de janeiro de 2011

conservatório



(fotografia de silke seybold, "ballroom", s/d, retirada daqui)

sinto no lábio
o fio de azeite
do teu poema
como que vira
o corpo na madeira
bem encerada
só um poema
no conservatório

o instrumento

danças e danças
enquanto se ouve
a sala de canto e
as aulas de piano
quantos elementos
guardamos sobretudo
da dança

um edifício uno
das artes integradas
agora por feridas

vivemos lentos
na cidade, no bairro
sem teatro

José Gil

1 comentário:

clodomir monteiro disse...

sinto azeite
do teu poema

(colagem de memórias
corpo alegoria )

como vira
corpo na madeira
encerada

(junção de velocidade
sem delineação de constancia, futuro - distanciamento de relações perduráveis)

só um poema
no conservatório
instrumento

(da arte a vida arte - lugares no tempo e espaço vivência )

danças danças
enquanto se ouve
sala de canto
aulas de piano

(

quantos elementos
sobretudo da dança

edifício uno
artes integradas
por feridas

vivemos lentos
no bairro
sem teatro

( mas com teu poema
um só poema )

à velocidade fruitiva breve da dança sem eterna plasticidade ´tem a virtude de juntar poema e a propria causa da velocidade do ensaio para a arte, do não ensaio da vida.)

(o fio de vida em nossas entradas do prazer do viver
que sem interpretação não interessa a terceiros)

é nossa
a imagem garantia

vivemos lentos
no edificio uno
do tempo