quarta-feira, 22 de março de 2017

a fuga da palavra 31: pomba

Pomba


voa pomba entre as laranjeiras de Sevilha
num lugar de fertilização do enamoramento,
os lentos movimentos da origem da natureza
urbana pela selecção das espécies

avançamos, é inverno e o frio não dobra as
páginas do livro

avança, pomba no delírio, carroça poente a
este poema com as suas éguas do sobrado,
as casas estão mascaradas de alegria, a pomba
ri no rio do seu carnaval da carne
a delicia dos favos de mel

são os rios as fontes de benfica, os dias descansados,
o perfume encanta o cabelo magenta vermelho,
as pernas esguias e cruzadas no colo
no coração invisivel dos dedos da
pomba de mel.

José Gil

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