sexta-feira, 31 de março de 2017

A fuga da palavra 33


O Mesmo e o outro

(à minha esposa com muita saudade, Solange)

falando na alteridade da água sobre o mármore do inverno,
o signo da identidade,  a essência da poesia e da verdade,
mestre da natureza o poeta pinta a casa que tem desde a
infância toda para si

e a palavra que fugiu falsa sobre a espada do amor eterno
nas folhas de saudade que caem da árvore castanhas
com o vento e a chuva, tocam o teu umbigo

um outro nome que o seu,
o outro que seja sempre língua

a poesia é sempre linguagem.

José Gil

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