quarta-feira, 22 de março de 2017

a fuga da palavra 32

(à Solange, meu amor divino)


abre o olhar como as flores de tília
as plantas que salvam o mundo,
procura as folhas e a água quente
por um momento de paz
por um instante de esperança

vai passar a guerra como dizem os outros,
um tempo mágico da tília verde
um tempo novo para fazer
a terra dos líquidos comprimidos.
quem espera o osso, a osteopatia,
o ventre liso da batalha, a terra
queimada por esses países fora

um oceano vai nascer, não vai faltar a
água aos seios vermelhos do amor,
oceano fértil onde vive a vagem verde
como toda a natureza na primavera,
os grandes animais, o grande porte

caiados de castanho e branco claro.

José Gil

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