terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Poema Curto 11



(fotografia de chuck close, "calla lily", 2007)


a onelight e Pablo Neruda



atravesso a tua volúpia por dentro das árvores
grossos e longos troncos, por um beijo bravo
uma flor silvestre no centro do umbigo, loba
escrevo um soneto livre e escuto a tua garra


com a inocência da noite ,um dia a lápis, outro
com a tua caneta ou só o aparo e a tinta branca
caídos no mesmo estábulo , onde a folha se
configura no design das ancas, talvez esta

talvez a nossa limpidez longa e ampla
no vale das uvas e próximo do vestido
justo, o timbre das sílabas dá-me a pausa

há um pacto quebrado é este o reino dos
insectos, voaram também com o inverno

chama-me estarei por aqui e choro imediato

José Gil

2 comentários:

Anónimo disse...

Foi uma boa surpresa, encontrar o Gil a "dialogar" neste novo e belo espaço, criado pelo Jorge; a sintonia entre ambos os amigos e poetas é, como sempre, extraordinária - o design, as imagens escolhidas por um, os poemas do outro; já era tempo, José Gil, de tanta poesia nova e excelente ser compilada, ter o seu espaço, o teu espaço, um espaço a descobrir por quem gosta de te ler. Parabéns aos dois. E, também, um muito obrigada, Gil poeta, pelo abraço a onelight com Pablo Neruda; lindo, natural, e, como tu costumas dizer, bravo - o poema, a combinação... e bravo a ti!
Um beijo,Jorge, um beijo, José Gil. (E já é este o teu espaço que os leitores podem descobrir, nos Espaços Amigos do meu blog; uma sugestão: o livro "Fractura Possível" merece destaque neste novo espaço... para que muitos o descubram, também!)
Alexandra

Carla disse...

não conhecia este espaço...adorei a volúpia das palavras
beijos e parabéns