sexta-feira, 20 de março de 2009

Dança



(fotografia de melissa ann pinney, "kanaha girl, maui", 2006)


ao Jorge

gosto de sentir os tendões nos pés os músculos na água do oceano – a pele esticada até ao suor na frescura das praias. tenho um enorme prazer em abrir os músculos. há segredos na pele. que ficam para lá dos estímulos dos neurónios ou da sabedoria da cabeça. navego por eles quando chamam nadar e eu me preocupo em aprender a sua conjugação no poema, no texto a textura

gosto de romper a roupa do tecelão e colocá-la no corpo como os piercings e os anéis.
marcam outros mundos, a pele estica as emoções sobre a água e as suas borrachas

dança comigo, o horizonte da areia não tem fim, é como a musica biológica.
um limiar de frescura no paredão, o andar descalço e sentir um pouco de tudo
para lá da pedra com água salgada.

gosto de rasgar os tendões nas pernas lisas até às ancas soltas

José Gil

2 comentários:

Anónimo disse...

Jorge,

Eu conheço uns dois ou três vegetarianos e são ótimas pessoas. Tem um até que é palmeirense.

O ataque é realmente idiota. É necessário, porém, que se fale mal do vegetarianismo pelo menos em algum instante. Isto serve para que eles reflitam se vale ou não a pena continuar a não matar os animais. Isso pode dar até em desequilíbrio ambiental.

Eu fico preocupado com o planeta.

Grande abraço

André

Maria João disse...

"(...) há segredos na pele que ficam para lá dos estímulos dos neurónios ou da sabedoria da cabeça (...)".
A poesia e o corpo: simbiose perfeita.
Gostei muito.

Abraço
Maria João Oliveira