(fotografia de prying open, retirado da série "po's burn town", 2011)
(ao José Félix)
o que sobe do fundo, o que empurra
as nuvens com as duas mãos, onde
o clamor do rap abre o alcatrão no mais
profundo negro,
a luz da voz, que atravessa
o cérebro, disperso no centro da roda
canto o rap para contestar a polis
no meu descontentamento com
a força a força do corpo a corpo
alguém trata da história do poema
entre a Cova da Moura e o seu espelho
terra a terra, quanto fogo ainda há
sob as palavras - as tuas mãos nasceram
nas minhas costas há muitos anos
não as poderei afastar dos pássaros que
lhe chegam com espelhos de narciso
os salpicos desse ecrã táctil que alcanço
com as novas mãos um pombo, a revelação
como o cantor rap peguei estes versos com
as mãos os mais bonitos sinais do corpo vivo
José Gil
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