segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A fuga da palavra 18

(à minha mulher linda Solange, pretinha)
 
É o meu, o nosso tempo o que
Se passa hoje na Dinamarca
Das tuas pernas em movimento,
No movimento das minhas
Cruzadas
 
A que distâncias estás, amor
Procuro o mapa dos novos aviões Azul
Prontos a rodar contigo de Belo Horizonte
O corpo desta mulher é um copo de sumo
De laranja fresca e doce
Uma gota de orvalho ela também é
De saias avanças, o fogo está entre nós
E a revolta
 
Como os animais, a nossa vida é pura
Como as línguas do inverno.
Nos joelhos febris
A candeia acende-se
Há luz por todo o lado
Como a cinza de Hiroshima
Ardem os países em guerra.
Que significa isso,
Um corpo ama outro
Corpo e perde-se.
 
José Gil

Sem comentários: