domingo, 6 de junho de 2010

poema para carlos roldan



(fotografia de bailey davidson, "nature prevails", 1997)


O corvo ruivo e negro na luz do calor das castas do vinho
A voz dada às palavras já rosadas, amo os seus cones negros
Já não chego a partir, os corpos já se conhecem como o vento
Livre no azul claro do luar

Voai na direcção do jardim da casa
Segura a mão que segura o sangue
Detém os teus dedos desesperados

És já a cotovia pela manhã, uma casa
branca, diria, a casa redonda como um eixo
um corpo no outro corpo, o sol da vida

o terraço da casa é sobre o rio
deixa passar a barca
todos iremos por este campo

José Gil

Sem comentários: