segunda-feira, 28 de junho de 2010

cedro



(quadro de ed douglas, "renaissance bathers", s/d)


o cedro no líbano a curva ascendente do mundo claro
um dia seremos serenos quando passarmos as portas

guardo as palavras no solo claro da rua, como o sol
sobre a terra no invento do silêncio, vivo, respiro um
pouco de areia sobre a platina do dia o teu corpo

terra pura, terra sagrada, um poente de Deus nas
quatro alas, vibram os quatro leitores das alas é o
mesmo livro ou outro que é o mesmo do outro

a palmeira baixa a sombra e cresce vigorosa

não sei afinal nada

meu pai dizia-me
viaja

José Gil

Sem comentários: