sábado, 10 de setembro de 2016

Caiamor

(à solange minha princesa)

Abóbora com pêra rocha no forno do teu colo
Como devagar com canela, escrevo depois no
Arroz doce o teu nome, o teu amor desejado
Na Estrada a Damaia, novo caso, tempo novo
Os dedos nos lábios, a fruta fresca, o namoro
Do amanhecer, seis horas da manhã para te
Abraçar por uma nova semana

Inquietações e mudanças dos dedos nos cabelos
Mel e kiwi, pinhões e nozes, fava rica, avelãs
Entre a fazenda e a casa, imagens, a descoberta
Do osso crú, delícias do umbigo, esfera de energia,
Respiração vã, a linguagem muda do gemido,
Dedo a dedo leite de moça

Do outro lado poeira de minério, saudade, pó só pó
No visível de pensar, o desejo de criar filosofia das
Emoções, subida das águas quentes no quadril que
Se levanta e cruza, arte performativa e dança
Poeira liquida corpo a corpo vegetal, o reflexo do
Desejo de criar, corpo espelho nu, junto a ele o
Lençol bordado, trancinhas de palavras no teu cabelo
Longo e encaracolado - até ao sabor dos seus lábios
Um desafio para a língua larga, as palavras têm
Corpo novo, a dualidade dos sexos em espuma

Poema para levar no bolso, abóbora gila, o desejo do
Pássaro, a sede
Palavras de marmelo, partilha de prazer único no teu
Coração de cereja, sentimentos de alegria e choro,
Música brasileira - transversalidade do oceano
Estou a fazer um ensaio, inquietação provocada pelo
Caos dos seios fartos na mesa do escritório à beira do PC
Desenho depois a lápis os mamilos, a ousadia do amor
Aos 50, a ousadia do mar, frio beijo a beijo o beijo a nu
Do corpo infinito sempre interior às raízes do pensamento
Estético praxis das pernas, dual sexo com perfil raro na fome
A matriz do veludo entre o fazer e escrever, vida e morte, experiências
Do erotismo significativas.


Um passeio pelo jardim muito escondido no silêncio na casa das
Pessoas no parque do Jardim Botânico, Museu da História Natural
Outro espaço interior sobre o desejo em cada grande abraço de poesia
Movimento música dança

A inquieta tranquilidade das pombas entre emoções com fogo

Cai amor onde me deito no teu jardim natural de relva fina
Deixa enrolar o cabelinho nos dedos do actor, que eu sou,
Nas pontes dos sentimentos, pica o amor a fruir no livro aberto
A holística arte do género, o favo de mel de urze dos afectos, fruição
Do tempo e sem muros todo o espaço doce

José Gil

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