quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Poema de amor

A lã dos dias no círculo dos olhos, o negro claro no olhar
De Minas até ao olhar a floresta negra no eixo do corpo
Um lugar de café e cerejas de cor de licor e sabor a chocolate
Do corpo, minha negrita da minha língua longa no poente
Da europa, um dia direi Solange o centro do continente em
Lisboa,
Agosto como um quarteto de música já está perto, a casa
As casas, a mesa, o copo de vinho Dão, a carne bem temperada
Um dia dos homens entre o ventre e os joelhos, abre a janela
Moça como Dali  a olhar azul na largura do mar, a blusinha
Branca para despir no jogo do verão brasileiro, os seios fartos
Sobre a mesa pão torrado com azeite, a mesa de fazer a lã
Do amor lento de costas. Quem vai enrolar primeiro o tronco
Ossos em paz e sossego.
Pedra a pedra para criar a escultura bate, bate o ferro de avelã
Por um tempo novo.
Desenho depois o teu corpo no espelho a lápis preto
E o cavalo puro sangue a teu lado
Monta o cavalo para os montes do Alentejo alto, chove a viva erva e feno
Frescos, da tua encosta neve branca na serra mais acima no continente
Pelo perigo dos lugares naturais o jogo do quarteto, dobra bem
O quadril formoso puro e necessário como a égua do outro monte
A flor do fogo, couve coração para aquecer a alma junto à catedral a
Oração do dia em fogo
Luar de todas as noites pernas ao alto do chão, o lugar central e sagrado
Onde a cor negra do cabelo a distingue, corpo amplo no peito da madrugada
José Gil

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