segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A Fuga da palavra 3

(à minha rainha Solange)
 
Abre os flancos no côncavo do meu peito, deita a cabeça
A lua cheia e complexa da leitura do poema, o cabelo
Vermelho angelical, a casa mais clara de Minas, dobra
As pernas na mesa, um copo de vinho de saudade, o telhado
Do terraço da mão dada, não posso deixar de olhar para ti
A palavra em fuga no recanto da tua asa negra, o precipício da Vida num lugar feito poente, traz o brinco que eu nada esqueci
Para fazer um anel da nossa união - uma cereja fresca
Para dar canção, para dançar.
 
José Gil

Sem comentários: