segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Poema de Amor 4

(Não sei precisar o tempo. à minha mulher linda em tarde de Sol de verão na Damaia)


“el día se va despacio,

La tarde colgada a um hombro,


Dando una larga torera

Sobre el mar y los arroyos

Las aceitunas aguardan

La noche de Capricornio”.


(Federico Garcia Lorca)


A poesia encostada ao ombro, José quem eras tu?

não sei precisar o tempo de amadurecer num  poema

sei contudo o tempo breve das tuas pernas nas minhas

voamos o tempo constrói o templo feminino das águas


livres como o mel das boas criadoras do humido das abelhas

em cada

favo dourado aberto ao sol do paraíso, alguém canta jazz

no café da esquina ao vento a tardinha de Florbela na Amadora

e tento dar-te a mão na calçada para casa

beijo-te na orelha o segredo da noite entre rosas de paixão
contra o cacto da solidão toca-te e eu quente desenho o que
o poema não transporta nas pontes das pernas
 

José Gil 
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